A problemática da Comunicação de Risco é composta por várias camadas conceituais. Num primeiro nível, temos o aspecto filosófico e seu teor ontológico e subjetivo da transição da linear idéia de Fortuna para o complexo conceito de Risco. E, por conseqüência, temos também as implicações desta transição sobre o novo sujeito ocidental moderno, sua percepção do meio ambiente, suas concepções morais e éticas e suas atitudes sociais e políticas.
Em seguida, há o aumento real de fatores de risco em decorrência das mudanças introduzidas pela modernidade. De um lado, temos a excessiva urbanização e industrialização do globo, as agressões perpetuadas contra o planeta e a impregnação da maior parte da população mundial num ambiente cada vez mais afastado da Natureza. Por outro lado, a própria tecnologia que rege a sociedade moderna contem em si um certo número de riscos inerentes ao seu funcionamento. Por último, a época moderna é também marcada pelas convulsões sociais e políticas que multiplicam as formas de violência contra o indivíduo, a sociedade humana e o meio ambiente.
Porém, ainda que não se ignore a veracidade dessas incertezas constitutivas da modernidade ocidental, é imperativo não se esquecer da perspectiva crítica que questiona o significado político e ideológico das representações e discursos midiáticos sobre o Risco.
A Comunicação proposta pretende analisar essas questões à luz da Comunicação Ambiental, no afã de elaborar quadros efetivos de administração da informação em condições de crise e, assim, garantir uma maior mobilização da população atingida ou ameaçada.
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